domingo, 5 de dezembro de 2010

A OLIVEIRA

A OLIVEIRA
Valdemilson Liberato


     É certo que muitos questionamentos sempre nos assolam quanto ao entendimento da Palavra de Deus: "Como são insondáveis seus juízos e impenetráveis seus caminhos" (Rm 11:33b).
    Fomos limitados pelo pecado, tornamo-nos desconhecedores de Deus - "pobres, cegos e nus". Porém, o fato é que, quando nos esforçamos na busca do conhecimento da Verdade, visando obedecer ao propósito do Senhor para honrá-lo e glorificá-lo em nossas vidas, essas dúvidas, pelo auxílio do Espírito, vão sendo gradativamente sanadas de acordo com o que suportamos. Alem disso, sabemos que, por Sua Graça e Misericórdia, o Senhor sempre revelou aos seus profetas a Sua vontade.
    Venho, nos últimos anos, num processo gradativo de buscar a Verdade com mais afinco e isso tem me trazido mudanças quanto ao entendimento da Palavra. Ainda cheio de dúvidas, é certo, mas, de alguma forma, acredito estar num processo que chamo de "restauração".
    Uma das coisas que tenho aprendido nesse processo, é que Deus antes de começar a criar qualquer coisa Ele já fez o seu final, ou seja, não há separação para Ele entre início e fim. Para O EU SOU não existe nada inacabado. Não existem experiências. Deus nunca e em nenhum momento errou ou perdeu o controle de alguma coisa.
    No inicio era o Verbo e sempre será. Ele É Bom e Perfeito, assim tudo que foi feito por Ele é bom, perfeito e acabado. Mas então o que pensar sobre o pecado? Por que Deus permitiu a existência de satanás? A resposta é simples: primeiro, a questão não é por quê, mas para quê. E em segundo lugar, para Sua Honra, Glória e Louvor.
    Uma das dificuldades de nós compreendermos a Soberania de Deus é devido ao humanismo que criamos e nos submetemos, assim como a "democracia" em que vivemos. O humanismo nos fez crer, veladamente, que somos o centro de todas as coisas e sendo assim, Deus, de alguma forma, precisa de nós. A democracia nos fez esquecer o significado de Reino.
    Tornamos-nos seres limitados pelas "sugestões dos tempos". Vivemos presos às culturas seculares que criam deuses. O tempo, como sabemos, é um processo exclusivo da natureza carnal, terrena - tanto da semente que aceitou a adoção da iniqüidade e nela se compraz (o joio), quanto à semente separada, que luta contra a sua natureza caída (o trigo) (Mt 13:24) - mas não do espiritual que na essência somos, e é por isso que toda a criação geme. (Rm 8:22)
    A Bíblia nos revela que fomos feito a Sua Imagem e Semelhança, ou seja, da Sua essência, e para agir conforme essa essência - pela fé - cumprindo o propósito estabelecido por Ele. (Gn 1:26) e não guiados pelo sensorial humano - pelo que se vê pelo que se ouve ou pelo que se sente. Sem fé é impossível agradar a Deus. (Hb 11:6)
    Assim sendo, neste caminhar, aprendi amar a Israel e, sobre tudo, amar cada vez mais um judeu chamado Yeshua que veiou para nos lembrar quem somos, no que nos tornamos e o caminho de volta ao propósito de Deus para nossas vidas. Ele pagou o preço. Pela quebra de alguns ramos nos enxertou na oliveira, para participarmos de sua raiz e seiva. (Rm 11:17)
    Agora consigo ver mais nitidamente a oliveira verdadeira na figura de Israel, pela Graça da aliança de Deus e sua promessa ao homem Avrahan na sua fé; estendida a todas as nações dentro do processo da restauração do homem carnal, pela Fé em Yeshua - transição de Ya'akov, "aquele que luta e vence", no homem espiritual (Ysra'el) "aquele que reina com Deus" - A Oliveira.
    Quero aqui deixar claro que não estou negando, como possa parecer, a relevância dos acontecimentos históricos, passados e futuros, já revelados na Palavra, específicos tanto para gentios (oliveira brava) quanto para os judeus. Todavia não esqueçamos que esse é o tempo do "homem-no-mundo", que se chama finito. Importante como indicativos temporais, sinais, evidências norteadoras, para toda a criação perdida, sobre o processo do estabelecimento do Reino - "assim na terra como nos céus".
    Contudo, no tempo de Deus que se chama eternidade, tudo já é. E no Seu "mundo" que se chama FÉ, há uma só Oliveira. Desta forma, "não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem ou mulher, todos são um em Cristo".(Gl 3.28)

    Graça e Paz