sábado, 29 de maio de 2010

A ESCOLHA DE SOFIA

A ESCOLHA DE SOFIA
    No dia 18 deste mês recebi um e-mail de um querido irmão cujo conteúdo continha um artigo que falava sobre a próxima eleição para Presidente do Brasil, escrito pelo economista Rodrigo Constantino, intitulado: “Serra ou Dilma? A escolha de Sofia.”
    Para quem não sabe, a escolha de Sofia diz respeito à história de uma mãe polonesa, judia, que durante a Segunda Guerra Mundial, no campo de concentração nazista de Auschwitz, é forçada por um soldado alemão a escolher entre o filho e a filha, qual seria executado e qual seria poupado. Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe poupar o menino, baseando-se no fato de que, por ser homem e mais forte teria mais chances de sobreviver. Assim sendo, apesar de ser obrigada a “condenar” sua filha à morte, nunca mais teve notícias do filho que salvou.
    Percebemos claramente que este artigo do Rodrigo, pelo exagero comparativo que faz, tem a intenção nítida de provocar um despertar cívico da população diante do atual quadro político que vivemos; acrescido das absurdas propostas de governo que evidenciam o “frágil” perfil dos candidatos que hora se apresentam para ocupar os cargos disponíveis nas próximas eleições.
    Possa ser, também, que esse artigo desperte certo desconforto naqueles que tentam justificar a negligência do seu direito e dever da cidadania, alienando-se pelo resistente argumento religioso dos que afirmam: “Deus está no controle de tudo e sendo assim a Igreja não deve envolver-se na política”. Bem, que Deus está no controle de tudo, todos nós cristãos, estamos cônscio disto, contudo será que esse argumento nos exime da responsabilidade, como Igreja, de participar ativamente da escolha daqueles que irão governar e legislar as leis do país em que vivemos?
    Diz assim o artigo:
    “Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam” (Edmund Burke)
    E continua:
    “Agora praticamente é oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.
    Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum? Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável. Será que não valeria à pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional - Socialista em 1933 na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso”.
    Diz mais:
    “Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia. Anular o voto, desta vez, pode significar o triunfo definitivo do mal. Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca”.
    De fato, acredito que este artigo serve, pelo menos, como um alerta para todos nós que possuímos os valores do Reino em um mundo cada vez mais necessitado destes, e por isso, a responsabilidade em sermos mais diligentes no esforço para eleger aqueles que, se não comungam, mais se aproximam desses valores.
    Arnold Toynbee afirma que:
    "O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam”.
    O apóstolo Paulo, nas Epístolas aos Romanos, ensina a Igreja do Senhor:
“Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor, a quem honra, honra.”(Rm 13.7)

Shalom.



quarta-feira, 19 de maio de 2010

Meu pai para mim.

    Certo dia, ao chegar em casa, fui presentiado pela minha filha com a seguinte declaração de amor:
 
"Meu Pai pra mim,

Paternidade e fraternidade,
Responsabilidade e fidelidade,
Mimo e preocupação,
Amor e carinho,
Esse é meu paizinho.

Desde que nasci sou amada e mimada pelo meu pai, que sempre quer me agradar.
Quando estou triste, você me faz alegre,
Quando choro, você me faz rir,
Quando estressada fico, você ajuda a aquietar meu coração,
Quando reclamo da vida, você me mostra o quanto ela é boa,
Quando abaixo a cabeça, você ajuda a reerguê-la.
Você é o segundo melhor pai que existe,
Pois o melhor é Deus que me deu você!

De: Walleska Feijó Liberato,
Para o melhor pai que meu Pai fez,
Valdemilson Liberato.
Em: 14 de agosto de 2005.
Te Amo!"
    É claro que, imediatamente depois de ler esta poesia, fiquei muito emocionado e não pude conter as lágrimas que insistiam em inundar o meu rosto de tanta felicidade. Ao contemplar por diversas vezes essa maravilhosa declaraação de amor, de uma filha para um pai, compreendi que a palavra "Pai" realmente é a melhor expressão humana para Deus -como exemplo de relacionamento entre duas pessoas que se amam - embora, muitas vezes, a imagem de pai possa trazer à memória de muitos filhos uma figura tosca, associada às imperfeições de homens que de pai nada possuem. Não foi por acaso que Jesus nos ensinou a orar iniciando com a frase "Pai nosso que estás no céu", onde a palavra céu não tem a intenção de denotar apenas um lugar onde Deus está, mas sim a perfeição deste Pai maravilhoso.
    Quando associamos a palavra "Pai" a Deus e esta associação toma corpo em nosso ser, tornamos pessoas mais confiantes, gratas, felizes... A paz se faz presente em todas as áreas de nossas vidas, pois temos a certeza que, apesar das circunstâncias, temos o cuidado constante de um pai que, "simplesmente", é Deus.

"Disse o pintassilgo ao pardal:
'Gostaria muito de saber
Por que os homens são tão preocupados,
Inquietos e aflitos.'
Responde o pardal ao amigo:
'Meu amigo, eu creio que deve ser
Porque eles não tem um Pai como nós,
que cuida bem de mim e de você."

Shalom!